Conheça mais dessa habilidade tão requisitada e saiba como a colocar em prática no dia a dia profissional
Já se foi o tempo em que dominar uma habilidade técnica específica era o suficiente para garantir um emprego para a vida toda. Diferentemente das linhas de montagem do século passado, hoje um profissional precisa saber muito mais do que como apertar parafusos. E não estamos falando apenas de competências ligadas a determinada área, como o uso de um software ou a proficiência em um idioma (as chamadas hard skills), e sim das habilidades comportamentais e emocionais, também conhecidas como soft skills.
Mas não se engane! Apesar de o nome levar a palavra “soft”, que significa suave ou ameno, essas competências incluem comportamentos que não são tão simples, como adaptabilidade, resiliência, colaboração, criatividade e, é claro, inteligência emocional.
Se há alguns anos os requisitos para uma vaga de emprego incluíam apenas conhecimentos técnicos, atualmente as habilidades comportamentais estão sendo cada vez mais valorizadas pelas empresas. Para se ter uma ideia, entre os recrutadores entrevistados em um estudo do LinkedIn divulgado pelo InfoMoney, 92% acreditam que as soft skills são tão ou mais importantes que as hard skills no mercado atual. Para 89%, a falta de soft skills é a principal causa de contratações que acabam não dando certo.
Por isso, neste texto, vamos explicar melhor o que é e como praticar a inteligência emocional, que é a soft skill que você precisa desenvolver o quanto antes se quiser ter uma relação mais saudável com o seu trabalho — e, ainda, aumentar as chances de crescer na carreira.
O que é inteligência emocional?
De acordo com o psicólogo Daniel Goleman, no livro Emotional Intelligence, publicado originalmente em 1995, a inteligência emocional nada mais é do que a capacidade de gerenciar sentimentos, seja os próprios, seja das pessoas ao redor.
Segundo o autor, isso é possível a partir de cinco competências principais:
- autoconsciência;
- autorregulação;
- automotivação;
- empatia;
- habilidades sociais.
As três primeiras habilidades são mais pessoais, enquanto as duas últimas se referem ao ambiente externo. Para desenvolver a inteligência emocional por completo, é preciso primeiro olhar para dentro, para só depois conseguir enxergar o outro.
Ao fazer esse exercício, especialmente no trabalho, os benefícios são muitos, como redução da ansiedade e do estresse, melhora da comunicação, crescimento da colaboração entre equipes, construção de um ambiente mais acolhedor e, inclusive, aumento da produtividade.
Pensando nisso, listamos algumas dicas para você ver como pode ser simples começar a praticar a inteligência emocional no trabalho.
1. Pratique o autoconhecimento
Antes de pensar em gerenciar os seus sentimentos, você precisa os conhecer, por isso o primeiro passo é tentar analisar as suas emoções e quais são as situações que o levam a senti-las. Por exemplo: o que o deixa com raiva? O que o frustra? O que o motiva? O que o acalma?
Sabendo disso e entendendo as emoções a fundo, você pode traçar estratégias para lidar melhor com esses sentimentos quando eles surgirem, sem reagir de forma impulsiva.
Em um caso hipotético, se você sabe que problemas técnicos no trabalho o estressam muito, em vez de ir direto falar com o pessoal de TI (e correr o risco de acabar brigando com alguém), o melhor a fazer é respirar fundo e tomar um copo de água antes de interagir com outras pessoas.
Assim, você evita discussões e consegue lidar com os imprevistos que surgirem de forma madura, fazendo que os colegas confiem mais em você.
Percebe que tudo começa com o autoconhecimento de saber exatamente quais são os seus gatilhos? Depois disso vem a sabedoria de pensar em maneiras para controlar os seus impulsos. E essa combinação é a chave para a inteligência emocional.
2. Seja estratégico
É normal sentir as mais diversas emoções no dia a dia, dentro e fora do trabalho. Inclusive, no ambiente corporativo, faz muito bem ter pessoas com quem falar sobre o que se está sentindo.
Porém, é muito importante que você saiba reconhecer quais são os espaços mais adequados para ter essas conversas, sem que isso o atrapalhe profissionalmente. É fundamental que você aprenda a “ler” o ambiente ao seu redor, para poder se posicionar da maneira certa no momento certo.
3. Não leve para o pessoal
Sabe aquela famosa frase “Não é nada pessoal”? Pois é, no mundo corporativo, ela é quase sempre verdadeira. Não é porque o seu chefe criticou algo nas suas entregas que ele não gosta de você como pessoa. Pode parecer bobo, mas muitos profissionais ainda se sentem mal quando recebem um feedback negativo, e isso atrapalha muito o desempenho.
Para ser emocionalmente inteligente, é essencial que você saiba receber críticas de forma construtiva, pois elas são uma etapa-chave para o crescimento profissional. Está tudo bem se frustrar, mas não se deixe abater. Use os feedbacks negativos a seu favor, e você vai bem mais longe.
4. Desenvolva a empatia
Dito isso, também vale lembrar da importância da empatia, que significa se colocar no lugar das outras pessoas para tentar compreender o que elas estão sentindo. Especialmente no ambiente de trabalho, em que as ideias podem divergir e as informações podem se desencontrar, é fácil culpar os colegas de trabalho pelo que dá errado — mas esse não é o caminho.
Nesses casos, ser empático e ter uma comunicação acolhedora faz toda a diferença para aliviar o estresse e melhorar a colaboração entre as equipes.
5. Aprenda a negociar
Como você já deve saber, é muito comum que as pessoas de um time tenham visões diferentes de um projeto ou demanda, e isso pode criar impasses complicados de resolver. É aí que entra a habilidade de negociação, que usa a empatia e a comunicação como ferramentas principais. Isso porque, ao buscar entender o que leva a outra pessoa a pensar de determinada maneira, é possível criar uma conexão com ela e conduzir a conversa até um resultado que seja bom para todos.
Em resumo, para desenvolver a inteligência emocional, você deve aprender a lidar não só com os seus sentimentos, mas com os dos outros também. Pode parecer pesado, mas é justamente o contrário. Ao entender melhor como funcionam as emoções, você terá mais liberdade para tomar decisões sem que elas dominem a sua vida.
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