Entenda por que cada vez mais pessoas desenvolvedoras adotam o CLI, programa que permite repassar instruções específicas para um computador.
Quem trabalha com programação, seja usando Python, JavaScript ou PHP, já precisou lidar com linhas de comando. E, em muitos casos, elas são gerenciadas com o auxílio da CLI.
Neste artigo, vamos explicar o que é CLI, quais são os seus benefícios e em quais situações ela é utilizada. Confira!
O que é CLI?
A sigla CLI significa Command-Line Interface em inglês, ou Interface de Linha de Comando, em português.
Elas são uma forma de interação da pessoa usuária com o computador, o que acontece usando linhas de texto.
As CLIs funcionam apenas com textos e, inclusive, já foram exibidas nas telonas do cinema. Lembra da tela preta com letras verdes em Matrix?
Aquilo é uma interface de linha de comando. Porém, nas interações que usamos na realidade, o fundo e as letras podem ser de qualquer cor, dependendo da configuração.
Ainda sobre o funcionamento, essas CLIs podem ou não trazer argumentos e opções aos comandos digitados.
Após pressionar a tecla Enter, um programa capaz de interpretar linhas de comando entra em ação para processar o texto e realizar o que foi solicitado.
Lidar com linhas de comando é algo comum no dia a dia de uma pessoa programadora.
Qual é a história das CLIs?
As Interfaces de Linha de Comando têm uma longa história, que data do início do ciclo de vida dos computadores.
Um dos primeiros sistemas operacionais a popularizar a CLI foi o Unix, desenvolvido na década de 1970 pela AT&T Bell Labs.
Já nesse período, o Unix introduziu o conceito de Shell, que nada mais é que uma interface de pessoa usuária para acessar os serviços do sistema operacional.
Ao longo dos anos, a CLI evoluiu com o surgimento de diferentes Shells, como Bourne Shell (sh), C Shell (csh) e Bourne Again Shell (bash), entre outros.
A popularidade das CLIs também cresceu significativamente com o desenvolvimento da internet e a necessidade de administrar servidores remotamente.
Quais são os benefícios da CLI?
As CLIs são bastante versáteis nos mais variados tipos de projeto, seja configurando um DNS ou utilizando o Docker. A seguir, vamos detalhar alguns de seus benefícios.
Eficiência
As CLIs permitem que as pessoas usuárias executem tarefas complexas com rapidez, utilizando comandos simples e sequências de scripts.
Por exemplo, ao administrar um servidor, uma pessoa administradora pode executar uma série de comandos na CLI para configurar serviços.
Caso queira, também é possível verificar o status do sistema e realizar manutenção em um tempo muito mais curto do que seria necessário por meio de uma interface gráfica.
Automação
Para quem lida com automação de tarefas, ela pode ser alcançada mais facilmente por meio da CLI, o que a torna ideal para pessoas administradoras de sistemas e desenvolvedoras.
Neste caso, é possível escrever scripts na CLI para automatizar o processo de compilação, teste e implantação de um software, economizando tempo e reduzindo erros humanos.
Flexibilidade
As CLIs oferecem grande flexibilidade. Graças a elas, é possível personalizar um ambiente de trabalho e automatizar fluxos específicos de suas tarefas.
Tomando por base o caso anterior, uma pessoa usuária pode personalizar o prompt da CLI para exibir informações relevantes.
Podemos enquadrar nesse grupo dados do diretório atual, o status do sistema ou informações de controle de versão, facilitando a navegação e a compreensão do ambiente de trabalho.
Baixo consumo de recursos
As CLIs tendem a consumir menos recursos do sistema em comparação com interfaces gráficas de usuário (GUI), o que as torna ideais para ambientes com recursos limitados.
Ao administrar um servidor remoto, o uso de recursos como memória e largura de banda é minimizado, permitindo que o sistema opere de forma mais eficiente e confiável.
Scripting
As CLIs permitem a criação de scripts para automatizar tarefas repetitivas ou complexas, ajudando a otimizar o tempo.
Neste caso, uma pessoa administradora de sistemas pode escrever um script na CLI para fazer backup regularmente de arquivos importantes.
Esse mesmo script também é capaz de enviar relatórios por e-mail e limpar arquivos temporários, simplificando e agilizando a manutenção.
CLIs oferecem diversos benefícios para quem os utiliza.
O que é o Shell?
O Shell é a interface entre o usuário e o núcleo (kernel) do sistema operacional. Ele interpreta os comandos inseridos e os executa.
Além disso, oferece recursos como manipulação de arquivos, redirecionamento de entrada e saída, controle de processos e gerenciamento de variáveis de ambiente.
Tipos de Shell
Existem vários tipos de Shell, cada um com as suas próprias características e sintaxe. Alguns dos mais comuns são os que apresentaremos a seguir.
Bourne Shell (sh)
Desenvolvido por Stephen Bourne, o Bourne Shell foi um dos primeiros Shells a serem amplamente utilizados no Unix.
Apesar da sua simplicidade em relação a alguns recursos avançados, o sh ainda é utilizado em scripts de inicialização, além de aparecer em sistemas Unix tradicionais.
Bourne Again Shell (bash)
O Bash é o Shell padrão na maioria das distribuições Linux e em sistemas Unix-like. Ele é uma extensão do Bourne Shell (sh) e oferece recursos adicionais, como histórico de comandos, autocompletar, substituição de variáveis e expansão de nome de arquivo.
C Shell (csh)
O C Shell foi desenvolvido pelo Laboratório de Ciência da Computação da Universidade da Califórnia em Berkeley.
Na época, a sua proposta de criação tinha como objetivo apresentar uma alternativa ao Bourne Shell.
Ele é conhecido por sua sintaxe similar à linguagem de programação C e inclui recursos como aliasing, histórico de comandos e atalhos de teclado para a edição de comandos.
Korn Shell (ksh)
O Korn Shell é uma extensão do Bourne Shell (sh) que foi desenvolvida por David Korn na Bell Labs.
Ele inclui recursos avançados, como aritmética de Shell, manipulação de cadeias de caracteres e controle de fluxo aprimorado, o que o torna uma escolha popular entre pessoas administradoras de sistemas e desenvolvedoras.
Z Shell (zsh)
O Z Shell é um Shell de propósito geral com recursos avançados de autocompletar, personalização e plugins.
Ele oferece uma sintaxe mais rica e poderosa, em comparação ao Bash, o que faz dele uma escolha popular entre pessoas usuárias avançadas.
O Z Shell também é altamente configurável e pode ser estendido com uma ampla variedade de plugins disponíveis.
Friendly Interactive Shell (fish)
O fish é um Shell de linha de comando orientado à pessoa usuária, projetado para ser intuitivo e fácil de usar.
Ele oferece recursos avançados de autocompletar, colorização de sintaxe e linguagem de script simples, o que o torna uma boa escolha para quem está começando.
Quais são os principais casos de uso da CLI?
Após explicarmos as CLIs e os seus benefícios, vamos mostrar alguns casos de uso dessas linhas de comando.
Administração de sistemas
As pessoas administradoras de sistemas recorrem à CLI para configurar e gerenciar servidores, instalar e atualizar software.
Além disso, são úteis para administrar permissões de pessoas usuárias e monitorar o desempenho do sistema.
Diagnóstico e solução de problemas
A CLI é amplamente utilizada para diagnosticar e solucionar problemas em sistemas, redes e aplicativos.
É possível usar comandos como ping, traceroute, netstat e top para identificar problemas de conectividade, desempenho e utilização de recursos.
Desenvolvimento de software
As pessoas desenvolvedoras usam a CLI para compilar, depurar e executar código-fonte em várias linguagens de programação.
Ferramentas como gcc, javac e dotnet são comumente utilizadas para unir códigos em C, Java e C#, por exemplo.
Controle de versão
Sistemas de controle de versão como Git são amplamente usados na linha de comando para gerenciar o código-fonte.
Também é possível rastrear alterações, colaborar com outras pessoas e se integrar a ferramentas de integração contínua.
Automação de tarefas
A CLI é ideal para a automação de tarefas repetitivas ou complexas. É possível escrever scripts em Shell, Python, Perl ou outras linguagens de script para automatizar ações como backup de dados, processamento de arquivos em lote e geração de relatórios.
Tarefas agendadas
Pode-se usar a CLI para configurar e agendar tarefas recorrentes, como backups automáticos, limpeza de arquivos temporários e execução de scripts de manutenção.
Gerenciamento de servidores
Somando mais pontos à lista de utilidades, as pessoas administradoras de sistemas usam a CLI para configurar e provisionar servidores virtuais e em nuvem.
Com o auxílio dela, é possível instalar e configurar software, definir políticas de segurança e gerenciar recursos de rede.
Análise de dados
Cientistas de dados e analistas utilizam a CLI para processar e analisar grandes conjuntos de dados.
Ferramentas como awk, grep, sed e sort são comumente usadas para filtrar, transformar e resumir dados.
Automação de fluxo de trabalho
Por fim, a CLI é usada para automatizar fluxos de trabalho de análise de dados. Neste ponto, consideramos desde a coleta e limpeza até a execução de modelos estatísticos e a geração de relatórios.
As CLIs podem apresentar diversas formas de uso no cotidiano de quem trabalha com programação.
Quais são as CLIs mais relevantes hoje?
Caso esteja interessado em trabalhar com CLIs, confira abaixo quais são as opções mais relevantes no mercado atualmente.
Bash (Bourne Again Shell)
O Bash é o Shell padrão na maioria das distribuições Linux e sistemas Unix-like. Ele é amplamente utilizado devido à sua versatilidade, recursos avançados de autocompletar, histórico de comandos, expansão de variáveis e suporte a scripts.
Além disso, é altamente personalizável e conta com uma grande comunidade de pessoas usuárias e desenvolvedoras. Graças a tudo isso, tornou-se uma das CLIs mais importantes da atualidade.
PowerShell
Desenvolvido pela Microsoft, o PowerShell é um Shell de linha de comando e linguagem de script. Sua principal finalidade é simplificar a automação e a administração de sistemas Windows.
Ele oferece recursos avançados, como acesso direto a objetos do sistema operacional, pipelines de dados estruturados e integração com o framework .NET.
Por conta disso, é considerado uma escolha poderosa para pessoas administradoras de sistemas e desenvolvedoras.
Bash e PowerShell estão entre os recursos mais populares quando falamos de CLIs.
Z Shell (zsh)
O Z Shell é um Shell de propósito geral com recursos avançados de autocompletar, personalização e plugins.
Ele oferece uma sintaxe mais rica e poderosa, em comparação ao Bash, o que faz dele uma escolha popular entre pessoas usuárias avançadas.
O Z Shell é altamente configurável e pode ser estendido com uma ampla variedade de plugins disponíveis.
Fish (Friendly Interactive Shell)
O Fish é um Shell de linha de comando orientado à pessoa usuária, projetado para ser intuitivo e fácil de usar para iniciantes.
Oferece recursos avançados de autocompletar, colorização de sintaxe e uma linguagem de script simples.
Como abrir a interface da linha de comando?
Por fim, vamos passar pelas formas de abrir a interface de linha de comando em Windows, Linux e macOS. Veja a seguir.
Linux
No Linux, a maioria das distribuições oferece uma aplicação chamada “Terminal” ou “Emulador de Terminal”.
Você pode acessá-la por meio do menu de aplicativos ou usando atalhos de teclado como Ctrl + Alt + T.
macOS
No macOS, você pode abrir o Terminal encontrando-o em “Applications” -> “Utilities”. Outra possibilidade é pesquisar por “Terminal” usando o Spotlight.
Windows
O Windows apresenta duas formas de abrir a interface de linha de comando: utilizando o prompt ou com o PowerShell. Veja a seguir.
- Command Prompt (cmd.exe): pode ser acessado pressionando Win + R e digitando “cmd”, ou pesquisando por “Prompt de Comando” no menu Iniciar.
- PowerShell: é possível pressionar Win + R e digitar “powershell”, ou pesquisar por “Windows PowerShell” no menu Iniciar.
Hospedagem de sites
As CLIs podem ser usadas das mais diversas formas, inclusive por quem deseja saber como criar um site, seja em projetos pessoais ou profissionais.
Utilizando essas interfaces, você pode não apenas iniciar a configuração do seu site no domínio escolhido, mas também aproveitar um conjunto robusto de ferramentas para desenvolvimento web.
Isso inclui recursos avançados para construir e manter seu site, como gestão eficiente de dependências e a automação de tarefas recorrentes, otimizando o fluxo de trabalho e melhorando a produtividade.
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