Repositório de dados armazena um grande volume de informações de forma flexível; veja o passo a passo para construir um data lake.

O data lake é um repositório de dados centralizado que armazena grandes volumes de informações brutas e não processadas, incluindo dados estruturados, semiestruturados e não estruturados. Diferentemente dos bancos de dados tradicionais, que exigem uma estrutura rígida para armazenar e acessar os dados, um data lake permite que as organizações armazenem dados de forma flexível.  

Isso significa que dados de diversas fontes, como sensores, redes sociais, logs de servidores e muito mais, podem ser agregados em um único local. Na prática, o data lake permite que empresas explorem e analisem dados de maneira inovadora, cruzando dados de diferentes fontes, facilitando a descoberta de insights valiosos e a tomada de decisões informadas. 

No entanto, a gestão e a governança de um data lake são desafios importantes a serem superados. Devido a sua natureza não estruturada, os dados podem se tornar caóticos se não forem devidamente organizados e documentados. Além disso, é essencial implementar medidas de segurança e privacidade robustas para proteger os dados sensíveis armazenados no data lake.  

Mulher em frente a um holagrama com dados de um data lake.  
Atualmente, ter um banco de dados flexível é uma vantagem competitiva. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

As empresas reconhecem que os dados são um ativo estratégico valioso que pode impulsionar a inovação, a tomada de decisões informadas e a obtenção de vantagens competitivas. Com um data lake bem-projetado, as organizações podem coletar, armazenar e acessar facilmente uma variedade de dados, permitindo análises avançadas e a descoberta de insights que antes eram difíceis de alcançar. 

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    Componentes-chave do data lake

    Um data lake é uma infraestrutura complexa que envolve o armazenamento, ingestão, processamento, segurança, governança e acesso aos dados. Cada um de seus componentes desempenha um papel fundamental na criação de um ambiente de dados flexível e escalável que pode atender as necessidades de análise de uma organização. 

    O componente central de um data lake é o armazenamento de dados, que pode ser baseado em sistemas de arquivos distribuídos, como o Hadoop Distributed File System (HDFS), sistemas de armazenamento em nuvem, como o Amazon S3 ou o Azure Data Lake Storage, ou uma combinação de várias tecnologias de armazenamento. 

    A camada de ingestão é responsável por receber e coletar dados brutos de várias fontes, como bancos de dados, aplicativos, logs, dispositivos IoT e muito mais. Isso pode ser feito por meio de ferramentas de ingestão de dados, como Apache Flume, Apache Kafka ou serviços de nuvem dedicados. 

    Por sua vez, a camada de processamento é onde os dados brutos são transformados, limpos e preparados para análise, o que pode envolver a aplicação de transformações Extract, Transform, Load (ETL) ou o uso de frameworks de processamento distribuído, como Apache Spark, para realizar análises mais avançadas. 

    Um catálogo de metadados é essencial para catalogar e documentar os dados armazenados no data lake. Ele fornece informações sobre a origem, estrutura e significado dos dados, facilitando a descoberta e o uso posterior. 

    A segurança e governança são críticas em um data lake para proteger os dados e garantir o cumprimento das regulamentações, e envolvem a implementação de políticas de acesso, criptografia de dados, auditorias e monitoramento constante. 

    A camada de acesso e consulta permite que os usuários acessem e consultem os dados armazenados no data lake. Isso pode ser feito por meio de ferramentas de consulta, como SQL, ou por meio de interfaces de programação de aplicativos (APIs) que permitem a integração com aplicativos e ferramentas de análise. 

    Já a camada de visualização e análise possibilita que os usuários finais criem relatórios, painéis e visualizações a partir dos dados do data lake. Ferramentas de visualização, como Tableau, Power BI e Jupyter Notebook, são frequentemente usadas nesta camada. 

    Por fim, a camada de monitoramento e gerenciamento serve para garantir o desempenho e a confiabilidade do data lake. É necessário um conjunto de ferramentas para isso. Elas devem permitir o acompanhamento do uso, a detecção de problemas e a otimização da infraestrutura. 

    Passo a passo para construir um data lake

    A construção de um data lake é um projeto de longo prazo que requer planejamento cuidadoso e uma abordagem interativa para atender às necessidades em constante mudança da organização. Além disso, a colaboração entre equipes de dados, segurança e operações é fundamental para o sucesso do projeto. 

    1. Definir objetivos e requisitos

    Determine quais são seus objetivos ao construir um data lake, e identifique os requisitos específicos de negócios e requisitos técnicos, como os tipos de dados a serem armazenados, as fontes de dados, os requisitos de desempenho e as necessidades de segurança e conformidade. 

    2. Escolher uma plataforma de armazenamento

    Selecione a plataforma de armazenamento que melhor atenda às suas necessidades, como Hadoop HDFS, Amazon S3, Azure Data Lake Storage, Google Cloud Storage ou uma combinação dessas opções. 

    3. Projetar a arquitetura

    Projete a arquitetura do data lake, incluindo a estrutura de diretórios, a organização de metadados e a integração com fontes de dados. Considere a escalabilidade e a redundância para garantir a disponibilidade e o desempenho adequados. 

    Rapaz sentado em frente a três telas de computador.  
    Considere as políticas de segurança, governança, escalabilidade e outros aspectos na hora de construir seu data lake. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

    4. Definir políticas de segurança e governança

    Estabeleça políticas de segurança para proteger os dados no data lake, incluindo a autenticação, autorização e criptografia de dados. Isso é importante para documentar e catalogar os metadados, bem como para garantir a conformidade com regulamentações. 

    5. Escolher ferramentas de ingestão de dados

    Selecione ferramentas de ingestão de dados adequadas para coletar dados de fontes diferentes, como Apache Kafka, Apache NiFi, AWS Data Pipeline ou Azure Data Factory

    6. Implementar a camada de processamento

    Configure ferramentas de processamento de dados, como Apache Spark ou Apache Flink, para realizar transformações, limpezas e agregações nos dados brutos. 

    7. Construir um catálogo de metadados

    Crie um catálogo de metadados para documentar informações sobre os dados armazenados no data lake, como origem, estrutura, significado e qualidade. 

    8. Configurar a camada de acesso e consulta

    Configure interfaces de consulta, como SQL ou APIs, para permitir que os usuários acessem e consultem os dados do data lake. Considere o uso de ferramentas de orquestração de consultas, como Apache Hive ou AWS Athena. 

    9. Desenvolver a camada de visualização e análise

    Implemente ferramentas de visualização, como Tableau, Power BI ou ferramentas de Ciência de dados, como Jupyter Notebook, para criar relatórios e análises a partir dos dados do data lake. 

    10. Estabelecer monitoramento e gerenciamento

    Implemente ferramentas de monitoramento para rastrear o desempenho, a utilização e a integridade do data lake. 

    11. Treinamento e educação

    Treine a equipe em relação às práticas recomendadas de gestão e utilização do data lake, bem como em relação às políticas de segurança e governança. 

    12. Manutenção contínua

    Mantenha o data lake atualizado, fazendo melhorias e ajustes conforme as necessidades do negócio evoluem. 

    Desafios na implementação de um data lake

    A implementação de um data lake apresenta vários desafios potenciais que as organizações devem considerar, como a complexidade na ingestão de dados. Uma das maiores dificuldades ao implementar um data lake é a ingestão de dados de diversas fontes.  

    Os dados podem vir em diferentes formatos, estruturas e velocidades, o que requer sistemas robustos de ingestão e transformação. Além disso, a falta de estruturação inicial pode levar a problemas de qualidade de dados se não forem implementadas regras de validação e limpeza adequadas. 

    A segurança dos dados é uma preocupação crítica em um data lake, especialmente quando se lida com informações sensíveis. É desafiador implementar políticas de segurança e controle de acesso para proteger os dados enquanto ainda permite o acesso apropriado para análises. 

    Manter um catálogo de metadados preciso e abrangente é essencial para a organização e descoberta eficaz dos dados. A governança de dados é outro desafio, envolvendo a criação e a aplicação de políticas consistentes de qualidade, segurança e conformidade. 

    Falhas na gestão de metadados e governança podem resultar em dados desorganizados e pouco confiáveis, dificultando a tomada de decisões informadas. 

    Escalar um data lake para atender às crescentes necessidades de dados pode ser caro: os custos de armazenamento e processamento em nuvem podem aumentar significativamente à medida que o volume de dados e o número de usuários crescem. É importante planejar cuidadosamente a escalabilidade e o orçamento para evitar surpresas financeiras. 

    A imagem mostra um tablet com um dashboard na tela. Representando a importância do cuidado com os dados em uma estrutura data lake.  
    Planeje o orçamento para construção e manutenção do data lake, considerando a escalabilidade. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

    Convencer os membros da equipe a adotar e aproveitar o data lake pode ser um desafio. É necessário treinamento e conscientização para garantir que todos compreendam como usar eficazmente a plataforma e sigam as melhores práticas de governança de dados.  

    Enfrentar esses desafios requer um planejamento cuidadoso, recursos adequados e o comprometimento de toda a organização para garantir que o data lake atenda às metas e expectativas estabelecidas. 

    Boas práticas no gerenciamento de um data lake

    Gerenciar um data lake de forma eficaz requer a implementação de algumas boas práticas para garantir a qualidade, segurança e utilidade dos dados. Por exemplo, estabelecer uma governança de dados sólida é fundamental, incluindo a definição de políticas de segurança, controle de acesso, catalogação de metadados e garantia de conformidade regulatória.  

    Ao criar um catálogo de metadados completo, você fornece informações detalhadas sobre a origem, estrutura e significado dos dados armazenados, facilitando a descoberta e o uso pelos usuários. A aplicação consistente das políticas de governança ajuda a manter a qualidade e a integridade dos dados, minimizando o risco de uso inadequado ou violações de segurança. 

    Além disso, um data lake bem gerenciado deve ser escalável para lidar com grandes volumes de dados e consultas complexas. Isso pode envolver o uso de tecnologias de armazenamento em nuvem altamente escaláveis ou a distribuição de cargas de trabalho por meio de clusters de processamento. 

    Monitore continuamente o desempenho e ajuste a infraestrutura conforme necessário para garantir que os usuários possam acessar os dados de forma eficiente. 

    Três pessoas estão olhando para a tela de um notebook e discutindo. A imagem compõe o conteúdo sobre data lake.  
    Treinamento da equipe é necessário para facilitar a adesão e manutenção do data lake. (Fonte: Getty Images/Reprodução) 

    Outro ponto importante é fornecer treinamento regular para as equipes de dados. As pessoas desenvolvedoras, administradoras e usuários finais podem ajudar a garantir que todos compreendam as melhores práticas, as políticas de segurança e a maneira correta de usar o data lake. 

    A educação contínua também ajuda a promover uma cultura de dados responsável e a garantir que os usuários saibam como extrair insights valiosos dos dados disponíveis. Além disso, envolva todas as partes interessadas desde o início do projeto para alinhar as expectativas e os requisitos

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    O autor

    Rodrigo Cardoso (Pokemaobr)

    Conhecido como Poke, é Streamer (Live "Coder") na Twitch, Web Developer e apresentador do talk show "The Velopers". Com bacharelado em Matemática e MBA em SOA, Poke atua como desenvolvedor e organizador de eventos de TI. É evangelista PHPSP e criador do PokePHP, focando em disseminar conteúdos técnicos e humor para a comunidade de desenvolvedores. Nas horas vagas, ele adora se conectar com a comunidade e compartilhar seu conhecimento de maneira divertida e informativa.

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