GraphQL vs REST: entenda quando cada um deles é mais indicado para ajudar no desenvolvimento dos projetos da sua empresa!  

A comunicação eficiente entre sistemas é essencial em aplicações modernas. Nesse sentido, as APIs desempenham um papel fundamental.  

Entre as abordagens disponíveis, GraphQL e REST se destacam por sua popularidade e robustez. No entanto, é importante considerar que cada tecnologia conta com vantagens, desafios e casos de uso específicos.  

Neste artigo, exploraremos as características de ambas: semelhanças, diferenças e quando optar por uma ou outra solução. Confira! 

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    O que é API? 

    Antes de nos aprofundarmos em GraphQL e REST, é essencial entender o que é API. A sigla significa Application Programming Interface, em inglês, ou “Interface de Programação de Aplicações”, em português.  

    Trata-se de um conjunto de regras que permite a interação entre sistemas, possibilitando a troca de informações e a execução de operações

    Para ficar mais prático, imagine um restaurante e os vários profissionais que transitam nele. Uma API seria como o garçom, pegando o seu pedido, levando ao cozinheiro e retornando com o prato pronto.  

    Nesse exemplo, o cliente é a aplicação, a cozinha é o servidor e o atendente é o intermediário que facilita essa comunicação. 

    As APIs são amplamente utilizadas em aplicações web, integrações de software, dispositivos móveis e até em Internet das Coisas (IoT). As duas principais formas de construi-las são o REST e o GraphQL, que abordaremos em detalhes a seguir. 

    O que é REST? 

    O Representational State Transfer é um estilo arquitetural para desenvolvimento de APIs que opera sobre o protocolo HTTP.  

    Introduzido em 2000 pelo cientista da computação norte-americano Roy Fielding, o REST é baseado no conceito de recursos.  

    Cada recurso, como “usuários” ou “produtos”, é identificado por um Localizador Uniforme de Recursos (URL) e manipulado por métodos HTTP como GET, POST, PUT e DELETE. 

    Exemplo de uma API REST: 

    • GET /products: retorna uma lista de produtos. 
    • GET /products/{id}: dá detalhes de um item específico. 
    • POST /products: cria um produto. 
    • PUT /products/{id}: atualiza as informações de um item. 
    • DELETE /products/{id}: remove um produto. 

    Nesse sentido, o REST é amplamente utilizado devido à sua simplicidade e aderência aos padrões web, que fazem dele uma escolha sólida para aplicações que precisam de escalabilidade e flexibilidade. 

    Quais são as vantagens do REST? 

    Ele é amplamente utilizado no desenvolvimento de APIs devido às suas características simples, mas eficazes. Seus benefícios vão além de escalabilidade e flexibilidade, sendo ideal para muitas aplicações modernas. Confira alguns deles nos tópicos a seguir. 

    Familiaridade com o HTTP 

    Uma das principais vantagens do REST é que ele se baseia nos padrões do Protocolo de Transferência de Hipertexto (HTTP), que é amplamente utilizado na internet. 

    Profissionais não precisam aprender um novo conjunto de regras ou tecnologias, o que reduz significativamente a curva de aprendizado e acelera o processo de desenvolvimento

    Independência entre cliente e servidor 

    APIs REST permitem que o cliente e o servidor sejam desenvolvidos de forma independente. Isso significa que, desde que ambos respeitem os padrões da API, é possível modificá-los sem interferir no funcionamento geral do sistema

    Ampla adoção e suporte 

    O REST se tornou o padrão na comunicação entre sistemas, especialmente em aplicações web. Ele conta com um grande ecossistema de ferramentas e bibliotecas para praticamente todas as linguagens de programação, facilitando a implementação e a manutenção. 

    Formatos de dados flexíveis 

    Embora o JSON seja o formato mais usado atualmente, o REST também suporta outros, como XML, YAML ou mesmo HTML. Isso proporciona maior adaptabilidade em cenários em que diferentes tipos de clientes estão consumindo a mesma API. 

    Compatibilidade com caching HTTP 

    O REST aproveita os mecanismos nativos de cache do HTTP, como cabeçalhos ETag e Cache-Control. Assim, é possível ver uma melhora significativa no desempenho de aplicações que realizam muitas leituras de dados, reduzindo a carga nos servidores e acelerando a entrega de respostas aos clientes

    Escalabilidade em grandes sistemas 

    Por utilizar um modelo baseado em recursos e endpoints, APIs REST podem ser distribuídas facilmente em servidores diferentes. Dessa forma, dá para facilitar a escalabilidade horizontal, permitindo que o sistema lide com altos volumes de tráfego. 

    Simplicidade na depuração 

    Ferramentas de depuração como o Postman ou extensões de navegadores tornam a análise de APIs REST relativamente simples. A estrutura clara de endpoints facilita identificar e corrigir erros rapidamente. 

    Flexibilidade em arquiteturas híbridas 

    Ele se integra bem a outras tecnologias e arquiteturas, como GraphQL ou gRPC, permitindo que equipes adotem abordagens híbridas para aproveitar o melhor de cada solução em projetos complexos

    Quais são os principais desafios do REST API? 

    Embora ele seja amplamente aceito, a sua arquitetura apresenta algumas limitações, especialmente em cenários mais modernos e dinâmicos. Confira quais são elas. 

    Manutenção e expansão 

    Em APIs REST, a criação de endpoints para cada novo recurso ou caso de uso específico pode deixar o gerenciamento complexo. 

    Em sistemas em crescimento, o número de endpoints tende a se tornar difícil de organizar e documentar, complicando a manutenção

    Evolução limitada 

    Alterar a estrutura de uma API REST sem quebrar a compatibilidade com clientes existentes é um grande desafio. Por exemplo, mudar o formato de um recurso ou renomear um campo pode causar problemas para aplicações que dependem da versão anterior

    Falta de flexibilidade em consultas 

    APIs REST geralmente retornam respostas predefinidas, sem dar ao cliente controle sobre os campos ou as estruturas que deseja receber.Isso pode ser ineficiente para aplicações modernas que precisam de personalização. 

    Gerenciamento de erros inconsistente 

    Embora existam boas práticas para gerenciar problemas em APIs REST, a aplicação delas tende a variar amplamente entre desenvolvedores e equipes. Isso pode levar a mensagens incoerentes, dificultando a depuração e a experiência do cliente. 

    Dificuldades com hierarquias de dados complexas 

    Em sistemas com relações complexas entre dados, como redes sociais ou plataformas de e-commerce, o REST pode exigir múltiplas requisições para obter informações completas. No fim, isso aumenta a complexidade tanto para os profissionais envolvidos quanto para o sistema

    A imagem mostra um homem trabalhando em um notebook. Ele está criando recursos utilizando REST, que é uma das APIs mais usadas por profissionais de desenvolvimento. 

    REST é um dos recursos mais usados no desenvolvimento de APIs, mas oferece alguns desafios. 

    O que é GraphQL? 

    Criada pelo Facebook em 2012 e tornada pública em 2015, é uma linguagem de consulta para APIs que permite aos clientes especificarem exatamente quais dados desejam obter.  

    Diferentemente do REST, que requer múltiplos endpoints para diferentes recursos, o GraphQL utiliza um para todas as requisições

    Confira um exemplo de consulta: 

    query {   
      user(id: “123”) {   
        name   
        email   
        posts {   
          title   
        }   
      }   
    }   

    Nesse exemplo, o cliente solicita apenas os campos necessários (nome, e-mail e títulos dos posts do usuário), eliminando o problema de overfetching, ou seja, de obter mais dados do que necessita. 

    Quais são os benefícios do GraphQL? 

    Ele é amplamente reconhecido por sua flexibilidade e capacidade de otimizar a comunicação entre clientes e servidores. A seguir destacamos as principais vantagens que o tornam uma escolha popular para APIs modernas. 

    Consulta personalizada e flexível 

    Diferentemente do REST, o GraphQL permite que o cliente especifique exatamente quais dados deseja receber. Assim, ele reduz problemas como overfetching (dados excessivos) e underfetching (dados insuficientes), proporcionando maior eficiência no uso de largura de banda e no processamento. 

    Resposta única para múltiplas fontes 

    Com o GraphQL, é possível combinar informações provenientes de diferentes bancos de dados ou microsserviços em uma única consulta. Isso é ideal para sistemas complexos, em que os dados relacionados precisam ser acessados simultaneamente. 

    Documentação automática 

    Ao contrário do REST, em que a documentação é muitas vezes um esforço separado, o GraphQL gera uma documentação dinâmica baseada no esquema definido.  

    Ferramentas como GraphQL ou Apollo Studio ajudam desenvolvedores a explorar as APIs e realizar testes de forma eficiente. 

    Evolução simplificada 

    No GraphQL, as APIs são capazes de evoluir sem a necessidade de criar versões, como geralmente ocorre no REST.  Nesse sentido, campos obsoletos podem ser marcados como “obsoletos” (deprecated), permitindo que clientes existentes continuem a funcionar enquanto novas funcionalidades são adicionadas. 

    Melhor experiência no desenvolvimento 

    O GraphQL melhora significativamente a rotina de trabalho. Além da documentação integrada, a capacidade de realizar consultas detalhadas diretamente no ambiente de desenvolvimento reduz o tempo necessário para testar e ajustar chamadas à API. 

    Otimização de desempenho em dispositivos móveis 

    A flexibilidade do GraphQL é especialmente vantajosa para aplicações mobile, em que a largura de banda e o consumo de dados são críticos. Os clientes podem solicitar apenas as informações essenciais, minimizando o tráfego e melhorando a experiência do usuário. 

    Reutilização de consultas 

    Consultas no GraphQL podem ser reutilizadas facilmente, o que melhora a consistência e reduz o esforço de desenvolvimento, especialmente em equipes grandes. 

    Quais são os desafios do GraphQL? 

    Apesar de suas vantagens, o GraphQL apresenta questões específicas que podem torná-lo inadequado para certos cenários ou exigir cuidado extra em sua implementação. Confira algumas delas nas linhas a seguir. 

    Complexidade na configuração inicial 

    Configurar um servidor GraphQL pode ser mais complicado que uma API REST tradicional. O processo de criação de esquemas, tipos e resolvers demanda maior planejamento, aumentando também o esforço no começo. 

    Carga no servidor 

    O GraphQL permite consultas altamente complexas, o que tende a sobrecarregar o servidor, se as solicitações não forem cuidadosamente gerenciadas.  

    Consultas mais profundas, por exemplo, podem consumir muitos recursos, causando lentidão ou até mesmo falhas no sistema. 

    Segurança de consultas 

    Como clientes têm flexibilidade para solicitar dados, há risco de abusos, como consultas mal-intencionadas ou excessivamente complexas. Medidas como limitação de profundidade devem ser implementadas para evitar ataques DDoS

    Curva de aprendizado 

    Embora as vantagens sejam muitas, desenvolvedores que estão acostumados com REST podem enfrentar uma curva de aprendizado inicial ao adotar GraphQL. Isso inclui entender o funcionamento de esquemas, resolvers e assinaturas, que já mencionamos anteriormente. 

    Falta de suporte nativo para caching 

    Diferentemente do REST, que aproveita os mecanismos de cache do HTTP, o GraphQL não conta com suporte nativo.  Isso tende a dificultar a otimização do desempenho em sistemas que dependem muito de armazenamento desse tipo. Soluções como Apollo Client ou Relay até podem ser usadas, mas adicionam complexidade ao projeto. 

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    GraphQL vs REST: quais são as diferenças? 

    Destacamos, a seguir, as principais discrepâncias entre as duas tecnologias. 

    GraphQL vs REST: quais são as semelhanças? 

    Apesar das diferenças, GraphQL e REST têm algumas características em comum. Entre as principais, podemos destacar: 

    • Baseados em HTTP: ambos utilizam o protocolo para comunicação. 
    • Suporte ao JSON: embora REST aceite outros formatos, este é amplamente utilizado pelos dois. 

    Quando usar GraphQL ou REST? 

    Esta escolha depende do caso e das demandas do projeto em que cada um deles será usado. 

    De maneira geral, o REST é mais adequado para: 

    • APIs simples com operações básicas de CRUD. 
    • Sistemas que se beneficiam do caching nativo do HTTP. 
    • Cenários em que a equipe já tem experiência com REST. 

    Já quando falamos sobre o GraphQL, ele é ideal para: 

    • Aplicações com consultas dinâmicas ou necessidade de evitar múltiplas requisições. 
    • Sistemas modernos que precisam evoluir rapidamente sem afetar clientes existentes. 
    • Ambientes em que o desempenho em redes lentas é crucial. 

    Como usar GraphQL e REST na mesma API? 

    Em muitos casos, uma abordagem híbrida pode trazer o melhor dos dois mundos.Combinar ambos permite aproveitar os pontos fortes de cada tecnologia.  

    Por exemplo: 

    • Utilize REST para operações simples e caching. 
    • Implemente GraphQL para consultas dinâmicas e complexas. 

    Ao usar um servidor VPS ou serviços de Cloud Hosting, é possível gerenciar os dois padrões de forma eficiente, garantindo escalabilidade e desempenho. 

    Conclusão 

    Ao comparar GraphQL e REST, nota-se que ambas as tecnologias têm seus méritos. 

    REST continua sendo uma opção confiável para APIs tradicionais, enquanto GraphQL oferece uma abordagem moderna e flexível, ideal para aplicações mais exigentes

    Independentemente da escolha, o uso de uma infraestrutura robusta, como um servidor VPS ou soluções de Cloud Hosting, é fundamental para garantir a performance e escalabilidade. 

    Além disso, lembre-se de avaliar cuidadosamente as necessidades do seu projeto e escolher a abordagem mais adequada para atingir os seus objetivos! 

    O autor

    Rodrigo Cardoso (Pokemaobr)

    Conhecido como Poke, é Streamer (Live "Coder") na Twitch, Web Developer e apresentador do talk show "The Velopers". Com bacharelado em Matemática e MBA em SOA, Poke atua como desenvolvedor e organizador de eventos de TI. É evangelista PHPSP e criador do PokePHP, focando em disseminar conteúdos técnicos e humor para a comunidade de desenvolvedores. Nas horas vagas, ele adora se conectar com a comunidade e compartilhar seu conhecimento de maneira divertida e informativa.

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