Guia completo de linguagem Go: aprenda suas características, vantagens e como desenvolver aplicações eficientes e escaláveis. 

A linguagem Go, também conhecida como Golang, destaca-se no universo do desenvolvimento de software por oferecer soluções eficientes, simples e escaláveis. Criada pelo Google, ela tem conquistado um espaço relevante entre as linguagens de programação mais utilizadas.  

Se você trabalha com desenvolvimento e quer melhorar a performance das suas aplicações, este guia detalhado vai ajudá-lo a entender o que é Go, como surgiu, suas características centrais e, principalmente, como começar a programar com essa linguagem. 

Ao longo das próximas linhas, você também vai conferir o que é a famosa mascote Gopher, um ícone que representa bem o espírito dessa linguagem. Além disso, destacaremos porque tantas empresas têm adotado a linguagem Go em seus produtos e quais são as vantagens que ela oferece, em termos de escalabilidade, manutenção e confiabilidade.  

Por fim, apresentaremos dicas de instalação, configurações iniciais, exemplos de bibliotecas e frameworks, além de eventos no Brasil para você se aprofundar na comunidade Go. 

Seja para criar APIs de alta performance, microsserviços escaláveis ou até mesmo ferramentas de linha de comando, a linguagem Go é conhecida por entregar bons resultados com um código relativamente enxuto e conciso.  

E mais: essa linguagem conta com um ecossistema amplo e consolidado, sendo ideal para quem deseja criar aplicações robustas e utilizar práticas de DevOps, em um Servidor VPS ou em qualquer outro serviço similar. 

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    O que é a linguagem Go? 

    A linguagem Go foi desenvolvida em código aberto pelo Google. Ela surgiu da necessidade de resolver problemas de escalabilidade e manutenção de códigos complexos dentro da própria empresa.  

    A proposta central da Go é combinar a eficiência de linguagens compiladas, como C e C++, com a simplicidade de linguagens dinâmicas, como Python. O resultado disso é uma linguagem simples, porém poderosa, que permite criar programas de alto desempenho de maneira relativamente rápida. 

    A Go é fortemente tipada, suporta garbage collection e oferece recursos de concorrência altamente eficazes (chamados de goroutines), que são parte do core da linguagem.  

    Dessa forma, a Go consegue ser, ao mesmo tempo, leve e performática, características que a tornaram uma das linguagens preferidas para a construção de microsserviços e de aplicações distribuídas. 

    Vale ressaltar, também, que a linguagem Go é multiplataforma, o que significa que você pode desenvolver e compilar aplicações para sistemas Windows, Linux e macOS sem grandes complicações. Isso facilita o trabalho em equipes que utilizam ambientes variados ou que desejam empacotar seus binários para diversos sistemas. 

    Leia mais: 

    O que é e como funciona o Gopher, a mascote da linguagem Go? 

    Quem pesquisa sobre Go costuma se deparar logo com a simpática mascote em forma de roedor, chamada Gopher. Ele foi criado pelo ilustrador Renée French, que se inspirou nos roedores conhecidos como gophers, animais típicos da América do Norte.  

    Embora não exista uma justificativa oficial explicando por que exatamente esse animal foi escolhido, a mascote transmite a ideia de algo diligente e eficiente — uma metáfora que combina bem com os princípios dessa linguagem. 

    O Gopher rapidamente se tornou um ícone na comunidade Go, aparecendo em conferências, eventos e até em adesivos para notebooks. Além disso, diversos desenhos personalizados da mascote foram criados ao longo do tempo, sempre destacando a natureza colaborativa e amigável do ecossistema Go.  

    Em termos práticos, o Gopher não tem nenhuma função técnica: ele serve como um símbolo visual e ajuda a promover a identidade da linguagem de forma divertida. 

    Quando e por que a linguagem Go surgiu? 

    A história de Go começa por volta de 2007, dentro do Google, quando engenheiros como Robert Griesemer, Rob Pike e Ken Thompson — este último, uma das mentes por trás do UNIX e do C — perceberam que a empresa precisava de uma linguagem que combinasse produtividade, simplicidade e alto desempenho.  

    Códigos escritos em C++ eram eficientes, mas frequentemente custosos para manter e compilar, especialmente em grandes bases de código. Já linguagens interpretadas, apesar de serem mais práticas para prototipagem, não entregavam a performance necessária para projetos gigantescos. 

    Nesse contexto, Go surgiu oficialmente em 2009, com a promessa de trazer o melhor dos dois mundos: a velocidade de linguagens compiladas e a simplicidade das mais dinâmicas. Seu design foi cuidadosamente pensado para priorizar a legibilidade do código e a facilidade de manutenção.  

    A adoção de recursos nativos de concorrência (goroutines e canais) também foi um fator determinante para conquistar a atenção de desenvolvedores que precisavam criar aplicações escaláveis e distribuídas.  

    Em poucos anos, a Go passou de um experimento interno do Google para se tornar um projeto de código aberto amplamente utilizado no mundo. 

    Principais características da linguagem Go 

    Simplicidade, eficiência e desempenho estão entre as principais características da Linguagem Go. Conheça todas as outras a seguir: 

    Simples e eficiente 

    A linguagem Go foi desenhada para ser direta, com uma sintaxe enxuta e poucas palavras-chave. Por isso, sua curva de aprendizado tende a ser menor quando comparada a linguagens cheias de recursos avançados.  

    Apesar disso, sua eficiência e capacidade de lidar com sistemas complexos não ficam atrás. O compilador gera binários muito rápidos de executar e simples de distribuir, pois são estáticos e independentes de dependências externas em muitos casos. 

    Concorrência nativa com goroutines 

    Um dos pontos altos da Go é o seu modelo de concorrência, que se baseia em goroutines (threads leves gerenciados pela própria runtime) e channels (tipos que permitem comunicação entre os goroutines).  

    Essa característica simplifica a criação de programas que rodam várias tarefas em paralelo, aproveitando melhor os recursos de múltiplos núcleos de CPU. Em vez de lidar com APIs de threads complexas, o desenvolvedor pode invocar uma função precedida pela palavra-chave go, criar canais para troca de mensagens e ter concorrência eficaz, sem maiores dores de cabeça. 

    Desempenho e compilação rápida 

    O fato de a Go gerar binários compilados em vez de rodar em uma máquina virtual — resultando em algo semelhante à JVM do Java — ajuda a garantir um desempenho excelente.  

    Além disso, o tempo de compilação da linguagem Go costuma ser bastante curto, mesmo em projetos de médio ou grande porte. Essa velocidade de compilação não apenas melhora o ciclo de desenvolvimento, como também favorece métodos ágeis, em que são necessárias constantes iterações e testes. 

    Vantagens de usar Go em aplicações 

    Se você está avaliando a adoção de Go em seus projetos, alguns benefícios chamam a atenção imediatamente. Abaixo, listamos três que frequentemente aparecem em discussões na comunidade. 

    Escalabilidade e performance 

    A Go tem sido uma escolha recorrente para aplicações de alta demanda que precisam lidar com múltiplas conexões e grandes volumes de dados.  

    Empresas que operam plataformas de streaming, plataformas de e-commerce ou sistemas de logística gigantescos, por exemplo, veem na Go uma forma de garantir baixa latência, aproveitando ao máximo cada núcleo de processamento e controlando de perto o uso de memória. 

    Facilidade de manutenção 

    A proposta minimalista da Go facilita a leitura e a compreensão do código, levando a uma manutenção mais simples, especialmente quando equipes grandes ou distribuídas trabalham no mesmo repositório.  

    A ausência de recursos avançados ou “mágicos” — como herança complexa ou anotações elaboradas — dificulta menos a vida de quem está revisando ou assumindo um projeto.  

    Ainda, o gofmt — ferramenta embutida para formatação de código — garante um estilo uniforme, reduzindo discussões sobre convenções de código. 

    Confiabilidade e comunidade ativa 

    A Go é mantida por um time de engenheiros do Google e por uma comunidade global que contribui intensamente para seu desenvolvimento. Lançamentos constantes, correções de segurança e melhorias na linguagem demonstram que o ecossistema está longe de estagnar.  

    Fóruns, grupos de discussão e encontros presenciais também ajudam a disseminar conhecimento, tornando mais fácil a vida de quem está começando e precisa de suporte. 

    A imagem exibe um conceito visual de atualização de software, com uma barra de progresso parcialmente preenchida e a palavra "Update..." destacada em amarelo. No centro, há um ícone de engrenagem com setas circulares, simbolizando o processo de atualização ou manutenção de um sistema ou mesmo a linguagem Go. Ao fundo, linhas de código coloridas representam o ambiente de desenvolvimento de software. 
    A importância da manutenção e a evolução contínua são dois dos benefícios em usar a linguagem Go em seus projetos.

    Como começar a programar com Go? 

    Agora que você entendeu por que a linguagem Go é famosa, vamos ver como dar os primeiros passos no seu uso.  

    A adoção inicial é, na maior parte das vezes, bem tranquila, pois ela não requer configurações extensas e vem com um conjunto de ferramentas padrão que supre boa parte das necessidades básicas de qualquer projeto. 

    Instalação e configuração do Go (Windows e Linux) 

    Para usar Go, você precisa baixar e instalar o pacote adequado ao seu sistema operacional.  

    No Windows, basta fazer o download do instalador oficial (extensão MSI) no site golang.org e seguir as etapas do setup. Em seguida, defina a variável de ambiente GOPATH, que por padrão fica em %USERPROFILE%\go. Também verifique se o go está no seu PATH para poder executar o compilador e as demais ferramentas de qualquer lugar no terminal. 

    Já no Linux, você pode baixar o pacote .tar.gz e extrair os arquivos em uma pasta, como /usr/local. Em seguida, adicione o caminho de instalação à variável PATH, geralmente no arquivo ~/.bashrc ou ~/.profile. Ao abrir um novo terminal, digite: 

    go version 

    Se a versão do Go aparecer, significa que a linguagem está pronta para uso. Caso contrário, revise suas configurações de ambiente. 

    Escrevendo seu primeiro programa Go 

    Depois de instalar a linguagem Go, a forma mais simples de testá-la é escrever o clássico “Hello, world!”: 

    package main 

    import “fmt” 

    func main() { 

        fmt.Println(“Hello, world!”) 

    } 

     
    Salve o arquivo como hello.go e, no terminal, execute: 

    go run hello.go 

     
    O comando go run compila e roda o programa de uma só vez. Para gerar um binário executável, use: 

    go build hello.go 

    Isso criará um arquivo chamado hello — no Windows, hello.exe —, o qual pode ser executado diretamente.  

    Parabéns, você acabou de criar seu primeiro programa em Go! 

    O que e quem utiliza a linguagem Go? 

    A linguagem Go é amplamente adotada em aplicações de back-end que exigem alta performance e concorrência. Empresas como Google, Uber, Dropbox, SendGrid, Netflix e diversas outras utilizam a Go em serviços críticos de suas plataformas.  

    Outra curiosidade é que ferramentas como Docker e Kubernetes, tão presentes no mundo de containers e de orquestração, são escritas em Go, reforçando ainda mais sua relevância. 

    Dada a natureza enxuta da linguagem, a Go também se tornou popular para criação de scripts internos, CLIs — ferramentas de linha de comando — e até projetos open source.  

    O fato de gerar binários estáticos facilita a distribuição desses programas pelos mais diversos ambientes e sistemas operacionais, sendo possível, inclusive, colocar todo o ecossistema para rodar em um Servidor VPS. Isso elimina a necessidade de instalar runtimes específicas ou resolver conflitos de versões de bibliotecas. 

    Principais bibliotecas e frameworks em Go 

    Mesmo sendo uma linguagem que preza por um conjunto de ferramentas e bibliotecas com um padrão robusto, a linguagem Go também conta com um ecossistema que estende suas capacidades. Conheça alguns deles: 

    • Gin: um framework web minimalista, mas muito veloz, que ajuda a criar APIs REST rapidamente. Possui roteamento simples e suporte a middleware. 
    • Echo: outro framework web que foca em performance e rotas flexíveis, oferecendo utilitários para lidar com HTTP e middlewares diversos. 
    • Gorm: uma biblioteca de bject Relational Mapping (ORM) para interagir com bancos de dados como MySQL, PostgreSQL e SQLite. 
    • Cobra: uma biblioteca para construir aplicações de linha de comando (CLI) robustas, muito usada em projetos como Kubernetes e Helm. 
    • Go Kit: uma coleção de ferramentas e padrões para microsserviços, fornecendo soluções para logging, métricas e transporte. 

    Além dessas bibliotecas, há inúmeras opções para testes, formatação de dados, monitoramento, entre outras áreas. A comunidade Go é bem ativa e disponibiliza pacotes atualizados para quase todas as necessidades de desenvolvimento modernas. 

    Comunidades e eventos no Brasil 

    O crescimento da linguagem Go também se reflete em comunidades e eventos no Brasil. Meetups e grupos de estudo espalhados por diversas cidades reúnem desenvolvedores para trocar experiências, discutir melhores práticas e compartilhar novidades relacionadas à linguagem.  

    Em plataformas como Slack, Telegram e Discord, é possível encontrar canais dedicados, onde programadores podem tirar dúvidas e conversar sobre projetos em andamento. 

    Além disso, vários eventos nacionais e regionais, como o GopherCon Latam, reúnem especialistas e entusiastas em conferências específicas para Go, criando um espaço rico em networking e palestras técnicas.  

    Nesses eventos, são abordados desde temas básicos da linguagem até tópicos avançados, como padrões de design para microsserviços e técnicas de escalabilidade.  

    É uma oportunidade excelente para obter conhecimento e conhecer pessoas que podem colaborar em projetos de código aberto, ou até mesmo indicar vagas e oportunidades em empresas que adotam Go. 

    Conclusão 

    Você conferiu que a linguagem Go se tornou sinônimo de alta performance, escalabilidade e código limpo, agradando tanto desenvolvedores quanto empresas que buscam soluções para problemas concorrentes ou grandes volumes de dados.  

    Com uma sintaxe simples, recursos de concorrência embutidos — goroutines e canais — e um compilador rápido, a linguagem Go oferece a agilidade que muitos projetos necessitam para crescer de forma consistente e eficiente. 

    Sua mascote, Gopher, reflete bem o espírito: trabalhar diligentemente para superar desafios, sem complicar o desenvolvimento. A linguagem, que nasceu dentro do Google, rapidamente ganhou popularidade e hoje está presente em sistemas robustos como Docker e Kubernetes, além de ser adotada por empresas de renome mundial. 

    Se você tem interesse em aprender Go para aprimorar a performance de suas aplicações, o caminho é relativamente tranquilo. Em poucos passos, você instala a linguagem, escreve seu primeiro programa e já explora suas funções de concorrência nativa.  

    No ecossistema Go, existem dezenas de bibliotecas e frameworks que simplificam tarefas comuns, desde a criação de APIs até o gerenciamento de bancos de dados. E não deixe de acompanhar comunidades e eventos brasileiros que promovem a troca de conhecimento e o fortalecimento do setor. 

    Portanto, se o objetivo é desenvolver aplicações rápidas, confiáveis e escaláveis, considerar a linguagem Go pode ser uma decisão estratégica. Quer você trabalhe em empresas de tecnologia, inicie um projeto open source ou explore novas opções de back-end, Go oferece um caminho promissor para quem busca qualidade de código e eficiência na execução.  

    Lembre-se de aproveitar ao máximo o suporte da comunidade, bem como a infraestrutura de um Servidor VPS e outros serviços de hospedagem, para que suas aplicações Go alcancem desempenhos notáveis no mundo real. 

    O autor

    Rodrigo Cardoso (Pokemaobr)

    Conhecido como Poke, é Streamer (Live "Coder") na Twitch, Web Developer e apresentador do talk show "The Velopers". Com bacharelado em Matemática e MBA em SOA, Poke atua como desenvolvedor e organizador de eventos de TI. É evangelista PHPSP e criador do PokePHP, focando em disseminar conteúdos técnicos e humor para a comunidade de desenvolvedores. Nas horas vagas, ele adora se conectar com a comunidade e compartilhar seu conhecimento de maneira divertida e informativa.

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