XML é o formato de arquivo mais usado em notas fiscais eletrônicas, mas também aparece em outras frentes. Saiba mais sobre ele.
Em diversos segmentos, usamos arquivos de formatos variados para apresentar dados e informações. Uma destas opções é o Extensible Markup Language (XML).
Aqui no Brasil, ele ficou bastante conhecido por aparecer na emissão de notas fiscais digitais. Porém, o seu uso não se limita a isso.
Nas linhas a seguir, vamos explicar mais sobre esse formato: vantagens, estrutura de arquivo e principais utilizações. Confira!
O que é XML?
O XML é uma linguagem de marcação com regra para formatar documentos, permitindo que eles sejam lidos tanto por pessoas quanto por máquinas.
Sua primeira publicação aconteceu em meados da década de 1990, feita pela World Web Consortium (W3C).
O XML 1.0, por exemplo, foi recomendado oficialmente pelo W3C pela primeira vez em fevereiro de 1998.
Essa é uma organização internacional cujo propósito é criar e manter diversos padrões utilizados na rede.
Com este modelo, a W3C tinha como objetivo desenvolver um formato de arquivo que facilitasse a troca de dados entre sistemas variados na internet.
Por conta disso, ele usa elementos de Linguagem de Marcação de HiperTexto (HTML) e do Standard Generalized Markup Language (SGML).
Apesar de ser mais usado no Brasil para a emissão de notas fiscais digitais, o XML aparece em várias outras frentes.
Entre as principais, podemos citar criar um blog e formatar informações para trabalhar com um e-commerce.
Legenda: O formato XML é usado em diversas frentes dentro do ambiente virtual.
Quais são as vantagens de usar XML?
Dentre os principais benefícios de usar o arquivo, seja para criação ou consulta, podemos destacar as seguintes:
- Legibilidade: o XML é legível tanto por humanos quanto por máquinas. Sua estrutura baseada em tags facilita a compreensão do conteúdo por qualquer pessoa que esteja familiarizada com a sintaxe.
- Independência: ele é independente de plataforma, o que significa que os dados podem ser trocados entre diferentes sistemas e dispositivos sem problemas de compatibilidade.
- Extensibilidade: essa é uma opção altamente extensível, permitindo que você defina suas próprias tags e estruturas de dados conforme as necessidades de seu aplicativo ou domínio.
- Suporte a dados hierárquicos: o XML é bem adequado para representar dados hierárquicos, como configurações de aplicativos. Dessa forma, documentos podem ter relações pai-filho facilmente.
- Interoperabilidade: esse formato é amplamente adotado e suportado por muitas linguagens de programação, bancos de dados e tecnologias da web, facilitando a integração de sistemas heterogêneos.
- Processamento: existem várias ferramentas disponíveis para processar e manipular dados XML, como parsers XML, Extensible Stylesheet Language Transformations (XSLT), Simple API for XML (SAX) e Document Object Model (DOM), entre outros.
- Suporte a metadados: o XML é frequentemente usado para representar metadados em documentos, como informações sobre a estrutura e o conteúdo, facilitando a busca e a indexação.
Quais são as diferenças do HTML para o XML?
HTML e XML são linguagens de marcação utilizadas para estruturar e organizar informações em documentos. No entanto, existem algumas diferenças importantes entre elas.
Propósito principal
- HTML: é principalmente usado para criar páginas da web e exibir informações em navegadores. Tem uma estrutura predefinida com elementos específicos para definir o layout, o conteúdo e a funcionalidade.
- XML: é uma linguagem genérica de marcação utilizada para representar e estruturar dados de forma hierárquica. Também é mais flexível e pode ser usada para qualquer tipo de informação, não sendo limitada ao contexto da web.
Sintaxe e estrutura
- HTML: tem uma estrutura mais rígida e predefinida, com um conjunto limitado de tags utilizadas para definir o conteúdo e o layout de uma página web.
- XML: tem estrutura mais flexível, em que você pode definir suas próprias tags e atributos conforme as necessidades do seu aplicativo ou domínio específico. Pode ser usado para representar uma ampla variedade de dados estruturados.
Uso de tags
- HTML: as tags em HTML têm significado semântico específico e são projetadas para exibir conteúdo em um navegador da web. Exemplos incluem <p>, para parágrafos, <h1>, para títulos de nível 1, e <a>, para links, entre outros.
- XML: as tags em XML não têm um significado semântico predefinido e são simplesmente usadas para marcar e estruturar dados. Você pode definir suas próprias tags e atributos em XML conforme as necessidades do seu documento ou aplicativo.
Aplicações
- HTML: é amplamente utilizado para criar páginas, fornecendo estrutura e formatação para o conteúdo web.
- XML: é usado em uma grande variedade de cenários, incluindo troca de dados entre sistemas, armazenamento de configurações e metadados e representação de documentos estruturados, entre outros.
Validação
- HTML: normalmente, não é validado em relação a um esquema específico. Embora existam padrões, como HTML5, a validação estrita não é tão comum ou necessária, na prática.
- XML: é comum validar documentos em relação a um esquema XML específico usando Document Type Definition (DTD) ou XML Schema Definition (XSD). A validação ajuda a garantir a consistência e a integridade dos dados representados.
Transformação e estilo
- HTML: normalmente, é estilizado com Cascading Style Sheets (CSS) para controlar a aparência e o layout de elementos em uma página da web.
- XML: embora não tenha recursos de estilo ou apresentação, é frequentemente transformado usando Extensible Stylesheet Language Transformations (XSLT) para convertê-lo em outros formatos. Isso inclui HTML ou PDF, para aplicar estilos específicos durante a exibição.
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Como escrever um arquivo XML?
Escrever um arquivo é relativamente simples, pois o XML segue uma sintaxe de marcação que envolve o uso de tags para delimitar elementos e atributos.
A seguir, confira um exemplo desse formato que pode ser usado para configurar um site:
<?xml version=”1.0″ encoding=”UTF-8″?>
<root>
<person>
<name>João</name>
<age>30</age>
<city>São Paulo</city>
</person>
<person>
<name>Maria</name>
<age>25</age>
<city>Rio de Janeiro</city>
</person>
</root>
No exemplo, temos um arquivo com informações sobre pessoas. Aqui está uma explicação do que cada linha representa:
- <?xml version=”1.0″ encoding=”UTF-8″?>: declara a versão do XML sendo usada e a codificação de caracteres do arquivo. É uma declaração obrigatória no início de um documento XML.
- <root> e </root>: essas tags são utilizadas para envolver todo o conteúdo. Elas representam o elemento raiz do documento.
- <person> e </person>: definem um elemento chamado “person”. Cada pessoa é representada por um conjunto dessas tags.
- <name>, <age> e <city>: representam o nome, a idade e a cidade de cada indivíduo. Os valores desses elementos são inseridos entre as tags de abertura e fechamento correspondentes.
Como é a estrutura de um arquivo XML?
A estrutura de um arquivo XML segue uma sintaxe de marcação hierárquica, em que os dados são organizados em elementos e atributos. Aqui está uma descrição básica:
- Declaração: o documento começa geralmente com uma especificação da versão do XML sendo usada e a codificação de caracteres.
- Elemento raiz: todo documento XML deve ter um único elemento raiz, que envolve todo o seu conteúdo. Este é o ponto de partida para a estrutura.
- Elementos: são os blocos de construção básicos de um documento XML e são usados para representar dados. Eles são definidos usando tags de início e fim.
- Tags: são usadas para marcar elementos e têm a forma <nome> para o início do elemento e </nome> para o fim dele, em que “nome” é o nome do elemento.
- Atributos: são usados para fornecer informações adicionais sobre elementos e são especificados dentro das tags de início.
- Texto: dentro de elementos, representa os dados reais que estão sendo armazenados.
Principais utilizações do XML
O XML tem uma variedade de aplicações devido à sua capacidade de representar dados de forma estruturada e flexível. Aqui estão algumas de suas principais utilizações.
Intercâmbio de dados
Uma das utilizações mais comuns do XML é para a troca de dados entre sistemas heterogêneos.
É frequentemente usado em serviços web, APIs e integrações entre aplicativos para representar e transmitir dados de forma estruturada e legível.
Configuração de aplicativos
Muitos aplicativos, especialmente aqueles que são complexos ou multiplataforma, usam arquivos XML para armazenar configurações da pessoa usuária, opções de personalização e outras informações relevantes.
Legenda: O XML também pode ser útil na construção de aplicativos variados.
Metadados
O XML é amplamente utilizado para representar metadados em documentos e recursos digitais.
Em sistemas de gerenciamento de conteúdo, bibliotecas virtuais e bancos de dados, por exemplo, é usado para descrever informações como autor, data de criação, título e palavras-chave, entre outras.
Documentos estruturados
Esse tipo de arquivo é usado em documentos estruturados, como artigos acadêmicos, manuais técnicos, especificações de padrões, e-books e muito mais.
A capacidade de definir estruturas personalizadas e hierarquias de dados faz do XML uma escolha popular para representar conteúdo complexo e rico em metadados.
Troca de mensagens
Em sistemas de mensagens empresariais, o XML é usado para definir esquemas que especificam o conteúdo e o formato das mensagens trocadas entre parceiros comerciais.
Linguagens de marcação específicas do domínio
O XML é usado para definir linguagens de marcação específicas do domínio (DSLs) para representar dados em domínios específicos.
Por exemplo, Scalable Vector Graphics (SVG) para gráficos vetoriais, MathML para expressões matemáticas e RSS e Atom para feeds de notícias, entre outros.
Como o XML ajuda na criação de sites?
Esteja pensando em como vender pela internet ou criar um blog, você vai acabar utilizando o XML em algum momento.
Após a definição da hospedagem de site (que pode ser uma hospedagem WordPress) e todas as fases de planejamento e criação da página, este arquivo vai entrar em ação.
Ao definir como configurar o sitemap de um site, por exemplo, o XML é capaz de ajudar na estruturação de dados.
Além disso, esse formato permite recorrer a linguagens de marcação e, até mesmo, realizar algumas personalizações na página.