As mulheres na tecnologia oferecem contribuições fundamentais para o desenvolvimento de software e outros produtos. Conheça nomes que fizeram história

As programadoras atuam de forma fundamental para o desenvolvimento de softwares. Apesar disso, as mulheres representam 20% da força de trabalho no setor de tecnologia, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia Estatística (IBGE). E, mesmo quando são melhores qualificadas, recebem menos que os homens.

Isso não quer dizer, contudo, que a contribuição feminina para a programação seja menor. As mulheres na tecnologia foram responsáveis por importantes feitos para o avanço da área, mas nem sempre foram reconhecidas por seu trabalho.

Conheça 8 mulheres que fizeram história e inspiram  profissionais de computação.

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    1. Ada Lovelace (1815 – 1852)

    a imagem mostra uma pintura de Ada Lovelace. O retrato faz referência a sua contribuição na área da programação, tornando-se uma das principais mulheres da tecnologia.
    (Fonte: Alfred Edward Chalon/Reprodução)

    A matemática, escritora e Condessa Ada Byron King é considerada a primeira programadora de computadores do mundo por ter desenvolvido o primeiro algoritmo da história. Ao conhecer Charles Babbage, matemático criador da Máquina Diferencial e Analítica, Ada Lovelace percebeu o potencial de processar símbolos em vez de apenas números.

    Ao revisar os estudos de Babbage, adicionou notas pessoais, inclusive operações que computavam os números de Bernoulli, primeiro computador do mundo. Por sua importância, a Condessa de Lovelace é homenageada toda segunda terça-feira de outubro. O Dia da Ada Lovelace serve para inspirar as mulheres que trabalham ou desejam trabalhar na área da tecnologia.

    2. Luzia Rennó Moreira (1907 – 1963)

    a imagem mostra o retrato de Luzia Rennó Moreira, personagem importante na história da tecnologia por ter fundado a primeira escola técnica da América Latina.
    (Fonte: ETE FMC/Arquivo/Reprodução)

    Pioneira na eletrônica do Brasil, Luiz Rennó Moreira, ou simplesmente Sinhá Moreira foi obrigada a se casar aos 22 anos com um embaixador e viajou pelo mundo. No Japão, teve acesso ao sistema de ensino do país e às indústrias de tecnologia. Ao separar-se e voltar para o Brasil, trouxe todo o seu conhecimento na bagagem.

    Com a fortuna da família, fundou a primeira escola técnica de eletrônica da América Latina, transformando Santa Rita do Sapucaí (MG) no “Vale do Silício” brasileiro, ou “Vale da Eletrônica”. Atualmente, a Escola Técnica de Eletrônica (ETE) abriga mais de 700 estudantes, sendo 40% mulheres.

    3. Freira Mary Keller (1913 – 1985)

    a imagem mostra uma pintura da Freira Mary Keller para representá-la como uma das mais importantes mulheres na tecnologia.
    (Fonte: Universidad de Jaén/Reprodução)

    Mary Kenneth Keller dedicou a sua vida, além da religião, às ciências da computação. Ela foi uma das primeiras pessoas dos Estados Unidos a se tornarem doutores na área, sendo a primeira mulher a se tornar doutora em Ciências da Computação. Após obter o título, fundou o departamento de ciências da computação da Universidade Clarke.

    A freira Mary Keller foi uma das mulheres mais importantes da história da tecnologia pois acreditava no potencial da computação para fins educativos. Participou do desenvolvimento da linguagem Beginner’s All-purpose Symbolic Instruction Code (BASIC). Ela previu a existência da simulação mecânica do processo cognitivo e batizou a ferramenta de inteligência artificial.

    4. Grace Hopper (1906 – 1992)

    a imagem mostra o retrato de Grace Hopper que dedicou sua vida à programação sendo uma das mulheres mais importantes na história da tecnologia.
    (Fonte: Computer History Musem/Reprodução)

    A analista de sistemas Grace Hopper foi a primeira a se formar com o título de PhD em matemática na Universidade de Yale. Almirante e analista da marinha dos Estados Unidos, a matemática e física foi criadora da linguagem de programação Flow Matic, que foi a base para Common Business Oriented Language (COBOL) e do termo “bug”.

    Hopper também desenvolveu o compilador, ferramenta que transforma a linguagem de programação em comandos de execução do computador. Conhecida como “Rainha da Programação”, foi responsável por criar a UNIVAC, a linguagem do primeiro computador comercial dos Estados Unidos.

    5. Jean Sammet (1928 – 2017)

    a imagem mostra Jean Sammet, mulher importantíssima na história da ciência da computação.
    (Fonte: IBM/Reprodução)

    Jean Sammet tem duas formações em matemática e doutorado em Ciências da Computação. Começou a trabalhar na IBM programando cálculos em cartões perfurados e ficou quase 30 anos na empresa. Durante sua trajetória profissional, criou o FORMAC, usado para cálculos complexos no final dos anos 1960.

    A cientista da computação contribuiu também para a criação do COBOL e presidiu a Associação para Maquinaria de Computação. Sammet incentivou o uso da informática em projetos educacionais e atuou junto a entidades em defesa da inclusão das mulheres na indústria da tecnologia.

    6. Hedy Lamarr (1914 – 2000)

    a imagem mostra o retrato de Hedy Lammar, mulher da tecnologia que ficou famosa por suas descobertas na tecnologia da comunicação durante os tempos de guerra.
    (Fonte: Hedy Lamarr Official Tribute Site/Reprodução)

    A “mãe do Wi-fi” Hedy Lamarr era judia e nasceu em Viena, de onde teve de fugir. Nos Estados Unidos, se tornou famosa por ser atriz em filmes de Hollywood e por descobertas inovadoras na tecnologia de comunicação.

    Na Segunda Guerra Mundial, desenvolveu com George Anthiel um aparelho de interferência de rádio para despistar os nazistas. O Conselho Nacional de Inventores rejeitou a ideia vinda de uma mulher e a tecnologia só foi utilizada em 1962, na crise dos mísseis em Cuba.

    Lamarr criou ainda o Acesso Múltiplo por Divisão de Código (CDMA), o que a fez ficar conhecida também como “mãe do telefone celular”. Além disso, a atriz inspirou Walt Disney para a criação da personagem “Branca de Neve”.

    7. Edith Ranzini (1946 – )

    a imagem mostra Edith Ranzini ao lado do computador criado por uma equipe liderado por ela e que foi considerado o primeiro computador do Brasil.
    (Fonte: D Comp/UFS/Reprodução)

    A engenheira elétrica Edith Ranzini foi uma das 12 mulheres entre os 360 aprovados no vestibular da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo, em 1965. Doutora pela PUC-SP e professora da instituição, participou da formação de gerações de programadoras e programadores brasileiros.

    Ela foi responsável pela equipe que desenvolveu o primeiro computador do Brasil, batizado de “Patinho Feio”, para equipar a fragata da Marinha do Brasil, nos anos 1970. O equipamento pesava 100 kg, medindo um metro de altura e 80 metros de profundidade.

    8. Karen Spärck Jones (1935 – 2007)

    a imagem mostra a foto de Karen Sparck Jones, mulher da história da tecnologia que dedicou sua vida à ciência da computação.
    (Fonte: Wkimedia/Reprodução)

    Karen Jones trabalhou por três décadas na Universidade de Cambridge, na Inglaterra. A cientista da computação ajudou a desenvolver o conceito de “inverso da frequência em documentos”, em 1972, que foi a base para os sistemas de busca e localização de conteúdo de relevância, utilizado por grandes companhias como o Google.

    “Ela ensinou os computadores a entender a linguagem humana”, escreveu o jornal The New York Times em seu obituário. Nos 1980, Jones começou a trabalhar em sistemas de reconhecimento de fala. Ativista da ciência da computação, foi também presidente da Association for Computational Linguistics (ACL).

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    O autor

    Juliana Fernandes

    Ju é jornalista e Analista de Conteúdo na Locaweb, com especialização em Gestão de Conteúdo para Mídias Digitais pelo Senac. Há mais de 15 anos, vem construindo sua trajetória profissional no mundo da comunicação. Atuando em frentes como: produção de conteúdo, gestão de redes sociais e assessoria de imprensa. Sua paixão pelo jornalismo a motiva a contar histórias de maneira envolvente e a adaptá-las para diferentes canais e públicos. Acredita no poder das boas narrativas para transmitir mensagens relevantes. Com um olhar atento e curioso, está sempre em busca de novas ferramentas para desenvolver estratégias personalizadas que conectem marcas e pessoas.

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