Conhecido por seus canais no YouTube, Peter Jordan é muito mais do que o fundador de Ei Nerd, Peter Aqui e Nerds de Negócios. Seu nome também está por trás da criação do icônico Cifras.com e, atualmente, por meio de sua empresa de inovação – a Petaxxon –, o empreendedor leva entretenimento e conhecimento a milhões de pessoas todos os dias.
Ao todo, os projetos da Petaxxon já acumulam cerca de 21,3 milhões de inscritos no YouTube, 20 milhões de pageviews mensais, mais de 7,5 mil vídeos publicados e 58 milhões de seguidores nas redes sociais. Nerd de carteirinha, Peter conversou com a Locaweb sobre como sua jornada dentro do empreendedorismo favoreceu a desmistificação desse conceito no país. Confira!
Hoje, qual é a proposta e o poder de mercado da Petaxxon?
A atuação da Petaxxon é totalmente focada em inbound marketing. Desde o início, lá nos primeiros sites, a gente sempre trabalhou a audiência para que, eventualmente, pudessemos monetizá-la de várias formas possíveis. Mas sem ser intrusivos, e sim ajudando e agregando valor com essa monetização. Trabalhamos o marketing de conteúdo para trazer o pessoal para os nossos produtos e serviços e, com isso, a gente consegue vender inventários de publicidade, infoproduto, levar audiência para outras redes sociais e para os blogs. A ideia é fazer um networking e ir trocando figurinha dentro da nossa própria rede. O tempo vai passando e a gente cria novos produtos, que vão crescendo mais rápido porque temos muito mais poder de fogo para divulgar. Temos mais expertise e sabemos o caminho certo para colocar determinado produto digital, seja um app, um site ou um blog, em evidência.
Como surgiu o Nerd de Negócios e por que você decidiu criar o canal para ajudar pessoas a empreender na internet?
Sendo completamente honesto, eu estava muito feliz com o Ei Nerd, mas o meu segundo canal, o Peter Aqui, estava indo para um caminho que não estava me deixando satisfeito. Foi aí que eu me perguntei sobre um outro assunto que eu adoro falar. Afinal, já tinha trazido para o YouTube dois nichos que eu amo: música e cultura pop. Sempre pensei em falar dos meus empreendimentos, dos erros e acertos da jornada, e aí consegui me dedicar a esse novo projeto voltado para algo que eu faço e faço bem. Por isso, costumo indicar para as pessoas que querem montar um perfil nas redes sociais ou um canal na plataforma de vídeos que elas comecem com algo que amam fazer. Por isso eu escolhi um nicho que eu tenho paixão e habilidade, e que, de quebra, ainda tem muita demanda. E funcionou, porque o público está gostando e tirando proveito dos conteúdos. Eu percebo, inclusive, que alguns vídeos se transformaram em sites e novas ideias por aí. Lembrando que o nicho do Nerd negócios é dinheiro, e não empreendedorismo. Porque eu exploro redes sociais, economia, educação financeira, marketing digital como um todo. E as pessoas percebem que eu gosto de falar sobre o assunto. Então, é uma coisa que eu sabia que não teria dificuldade em fazer.
Por muitos anos, o “mundo nerd” viveu sob um estigma. Quando você acredita que isso começou a mudar?
Por muitos anos, o mundo nerd viveu sob esse estigma do nerd em um sentido pejorativo. Eu mesmo passei muito por isso, porque era o nerd da minha casa, a pessoa que ficava o tempo todo no computador. Nos anos 1980, o termo era usado para quem era mais isolado, que não se enturmava e que não era muito ligado ao mundo dos esportes. Estereótipo que perdurou por bastante tempo. Isso começou a mudar com o surgimento do nerd que gosta de cultura pop, principalmente com os primeiros blockbusters, como Star Wars. O conceito foi deixando de ser negativo quando surgiu esse cenário que é quase uma religião. Então, ele deixou de ser o nerd do computador para ser o nerd Jedi, o nerd Chewbacca, o fã. Daí, a gente começou a entender que o nerd também é a pessoa que gosta do Homem-Aranha, do Super-Homem ou do Batman.
Como o seu trabalho colaborou nesse sentido no Brasil?
Posso dizer que fui enfático nessa mudança no país. Quando comecei o Ei Nerd, em 2014, foi o primeiro canal no YouTube no qual eu me dirigia propositalmente a alguém como um nerd. Ninguém fazia isso, esse movimento de mudança que ainda estava se criando na época. Então, volta e meia eu me deparava com comentários tipo “nerd é você, que papo é esse?”. Eu via as pessoas se indignando com o nome do canal o tempo todo, mas, depois de repetir isso massivamente, o público começou a se acostumar e entender o conceito. Ficou claro que nerd era um assunto e não um termo pejorativo.