O número de contratos de open innovation cresceu mais de cinco vezes nos últimos quatro anos, de acordo com relatório da 100 Open Startups.
A prática de open innovation tem crescido de modo impressionante nos últimos anos e não há sinais de que esse aumento vai desacelerar. Mesmo em um cenário desafiador com a pandemia da covid-19 e a recessão econômica, a atividade de inovação aberta entre corporações e startups continuou a se expandir exponencialmente.
De acordo com dados da 100 Open Startups, o número de relacionamentos entre empresas e startups mais do que quintuplicou de 2019 a 2022, passando de 8.050 para 42.588 contratos registrados no último ano. O valor atribuído a esses relacionamentos também cresceu de maneira significativa, refletindo a intensidade e o impacto dessas parcerias.
Esse crescimento é resultado não apenas da quantidade de contratos firmados, mas também da qualidade deles. Os contratos têm se tornado cada vez mais intensos e impactantes, demonstrando que as empresas estão se dedicando mais à prática de open innovation e buscando parcerias mais profundas e duradouras.
O que significa o open innovation?
O open innovation é um conceito criado por Henry Chesbrough, em 2003, e propõe que a inovação não deve ser realizada exclusivamente dentro das fronteiras de uma empresa, mas sim por meio de colaboração com outras organizações, incluindo clientes, fornecedores, parceiros e até mesmo os negócios que são concorrentes.
Ao incentivar as empresas a buscarem ideias e soluções inovadoras fora de suas estruturas internas, o open innovation aproveita a expertise de outras organizações para acelerar o processo de inovação. É uma abordagem colaborativa que valoriza o compartilhamento de conhecimento para criar valor para o negócio.
O modelo permite o desenvolvimento de novos produtos, serviços e processos a partir dessas contribuições. Isso pode ser feito, por exemplo, por meio de licenciamento, parcerias estratégicas e spin-offs.
A prática gera muitos resultados para as organizações, pois há um universo muito maior de pessoas qualificadas fora da empresa, além de startups e universidades desenvolvendo soluções para diversas áreas de negócio.
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Quais são os benefícios da inovação aberta?
A principal vantagem do open innovation é impulsionar o lucro das empresas. Isso é alcançado por meio uma série de benefícios proporcionados pela prática. Confira os principais:
1. Flexibilidade
O open innovation permite que as empresas sejam mais flexíveis em suas abordagens à inovação. Ao trabalhar com parceiros externos, as empresas podem ser mais ágeis e adaptáveis às mudanças no mercado.
2. Informações e insights
A prática da inovação aberta possibilita o acesso a mais informações e insights de diversas fontes, o que pode levar a uma tomada de decisão mais informada e embasada.
3. Acesso a ideias e tecnologias
A inovação aberta permite que as empresas tenham acesso a uma ampla gama de ideias e tecnologias que, de outra forma, não estariam acessíveis. Ao colaborar com outras empresas, startups e até mesmo seus clientes, as empresas podem adquirir conhecimento e habilidades valiosas para impulsionar a inovação.
4. Compartilhamento de custos e riscos
Ao compartilhar custos e riscos com outras empresas, pode-se reduzir os custos associados ao desenvolvimento de novas tecnologias e mitigar os riscos associados à inovação.
5. Aceleração do tempo de lançamento
Além disso, as empresas podem acelerar o tempo de lançamento de novos produtos ou serviços no mercado, o que pode aumentar sua competitividade.
Quais são os tipos de open innovation?
O criador do conceito open innovation, Chesbrough, também definiu quais são os principais tipos da prática, conforme o nível de envolvimento de fontes externas no processo. A inovação aberta pode ser restrita a apenas alguns colaboradores internos ou fazer parte de um ecossistema extenso de inovação.
Inovação interna
As empresas inovam por meio do uso de seus próprios recursos internos, como funcionários e colaboradores recorrentes do negócio. As ideias e soluções são desenvolvidas dentro da empresa, sem a participação de parceiros externos.
A 3M, por exemplo, incentiva que todos seus funcionários dediquem 15% de seu tempo a projetos fora de suas funções iniciais.
Inovação externa
As empresas se baseiam em fontes externas de inovação para desenvolver novas ideias e soluções. Isso pode incluir aquisição de startups, colaboração com outras empresas e pesquisa de universidades.
É o caso da Samsung, que adquiriu a SmartThings, uma empresa de automação residencial, e deu início ao seu setor de Internet da Coisas (IoT).
Inovação aberta
A organização usa tanto recursos internos quanto externos para desenvolver novas ideias e soluções.
Isso pode incluir a colaboração com startups, fornecedores, parceiros externos, e até clientes, como a Lego, que tem uma plataforma específica para que os consumidores enviem sugestões para criação de produtos.
Entenda o conceito da cultura de startups e como ela pode ser aplicada na rotina de sua empresa.
Inovação de cooperação
A empresa colabora com outras organizações para desenvolver novas ideias e soluções. A cooperação pode incluir o compartilhamento de recursos, conhecimentos, experiências e até mesmo a criação de uma joint venture.
As vinícolas gaúchas, apesar de competirem entre si, se uniram para alcançar a Indicação de Procedência do Vale dos Vinhedos, beneficiando todas as empresas da região.
Inovação de rede
Nesse tipo, é formada uma ampla rede de parceiros, incluindo outras empresas, organizações governamentais e acadêmicas, além de startups.
A ideia é criar uma rede de inovação que permita a troca de conhecimentos e experiências entre todos os participantes, resultando em soluções mais criativas e eficazes, como, por exemplo, é o caso do Cubo Itaú, um hub que reúne grandes empresas e startups para encontrarem soluções inovadoras.
Como mapear o ecossistema em busca de oportunidades de inovação aberta?
O mapeamento do ecossistema em busca de oportunidades de inovação aberta pode ser um processo complexo, pois requer uma compreensão profunda do setor e o acompanhamento das tendências do mercado.
Confira em seguida sete dicas para desenvolver parcerias estratégicas de sucesso para seu negócio.
- Estabeleça seus objetivos: antes de tudo, é fundamental ter clareza sobre quais são os problemas para se resolver ou oportunidades para se aproveitar.
- Identifique os atores-chave: as startups, aceleradoras, investidores, universidades, institutos de pesquisa, fornecedores, clientes e concorrentes são os principais atores do ecossistema. É importante identificar qual é o papel de cada um deles no ecossistema de inovação.
- Analise o ambiente: observe quais são as tendências, desafios e oportunidades que estão surgindo no mercado e como esses fatores afetam o seu negócio.
- Compreenda as necessidades do mercado: a partir de pesquisas, entrevistas com clientes e análise de dados, é possível verificar quais são as necessidades do mercado.
- Busque parcerias estratégicas: as empresas, instituições de pesquisa, universidades e outras organizações do ecossistema de inovação podem ter soluções prontas ou em desenvolvimento, então identifique quais são os parceiros mais estratégicos e estabeleça acordos de cooperação.
- Acompanhe as tendências: os eventos, congressos e feiras de tecnologia apresentam as principais inovações do mercado e são uma forma útil de acompanhar as tendências.
- Esteja aberto a novas ideias: mantenha um canal aberto de comunicação com seus parceiros e esteja disposto a aprender com eles.
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